Eu me aproximei do café especial em 2015, vinha de alguns anos intensos de trabalho e decidi fazer uma pausa, e acabei enxergando coisas que antes nem observava. Acabei indo pra esse universo porque nao era muito do café, aí vocÊ começa a sentar no balcão, conversar com barista, ele explica, te fala, te dá aquela visão do café, do commodity, do arábica, como é produzido o café especial, todo o cuidado do pequeno agricultor. Tudo isso foi chamando minha atenção e eu comecei a me informar mais. Daí eu parti pra alguns cursos, meu interesse foi ampliando. Cogitei trabalhar na área, mas acabei não seguindo com esse plano. Desde 2015, minha cultura e meu hábito de tomar café mudou. Aqui em casa, a gente só consome café especial. No início, tem todo aquele ritual, mas a gente tentou eliminar esse ritual e ter foco em tomar um bom café. Eu acho que esse universo me ajudou a ler mais, ficar na cafeteria. Isso de Brasília ter essas cafeterias, com espaços abertos, isso nos ajudou bastante. Sair pra tomar um café virou uma programação minha e do meu companheiro.
Como eu tomo muito café e o especial tem um custo diferenciado, a primeira coisa que eu olho é a data de validade. Depois, o preço, e se eu já conheço o café, se é o mesmo da última vez. Eu gosto de variar um pouquinho, ter outras experiências.
Eu acho que se tivesse um questionário antes, dizendo qual o meu perfil, eu não me importaria em ser surpreendida. Se é muito ácido, muito doce, muito achocolatado. É uma pergunta difícil, eu gosto de todos! Acho que seria indiferente, eu gostaria de ser surpreendida.
Eu trabalho com uma filosofia, porque é muito café aqui em casa: a gente tem um teto. Pagamos até R$ 40 num pacote de 250g. Quando supera esse valor, a gente compra muito de vez em quando. Se colocar na ponta do lápis, pode ficar pesado.
Já tentei, já estudei, pesquisei de vinho, mas não assinei porque eu percebia que eu já comprei aqueles kits de vinhos como teste, e acabei não assinando porque achava que a curadoria tinha coisa boa, mas no meio vinha muita coisa que não era meu perfil. Eu gosto de tinto seco, não me venha com meio seco, meio seco suave, eu não gosto. Achei meio engodo, preferi eu mesma comprar.
Do café, eu até pensaria. Eu assinaria o café da Mari, porque eu conheço a curadoria dela. Eu acho legal o esquema de comprar em grupo. Não tenho paciência pra ficar caçando esses microlotes especiais de fora de Brasília, acharia legal ter essa curadoria. Não vejo muito sentido se fosse somente dos cafés da cidade, teria que ter cafés de fora, apesar de eu achar importante valorizar nosso mercado. Quando eu quero de algum lugar daqui, eu vou lá e compro. Pra mim, faz mais sentido algo de fora de Brasília.
Geralmente, as assinaturas que eu faço de outros produtos, como TV por streaming, LinkedIn, essas coisas, eu gosto de poder assinar e poder cancelar. Nunca cancelei esses serviços, mas gosto de ter a minha autonomia. Às vezes eu não assino se eu tenho uma obrigatoriedade de sei lá, 18 meses. Eu entendo que o projeto precisa de uma projeção, então eu acho que se não pudesse cancelar, eu faria algum tipo de assinatura de teste. Se eu gostar, eu continuo.